Teoria
das Filas
A Teoria das Filas é um ramo
da probabilidade que estuda o fenômeno da formação de filas de solicitantes de
serviços fornecidos por um determinado recurso. Ela permite estimar importantes
medidas de desempenho de um sistema a partir de propriedades mensuráveis das
filas.
Dessa forma, pode-se
dimensionar um determinado sistema segundo a demanda dos seus clientes,
evitando desperdícios ou gargalos. Contudo, as filas apresentam comportamentos
estocásticos (TEIXEIRA, 2004).
As filas aplicam-se em:
Serviços de atendimento (bancos, restaurantes, servidores), fluxo de tráfego
(pessoas, redes de comunicação, veículos) e escalonamento (processos, pacientes,
tarefas industriais).
A Teoria das Filas tem como
objetivo principal o desenvolvimento de modelos matemáticos que permitam prever
o comportamento de sistemas de prestação de serviços (MARINS, 2011).
Características
das Filas
ü Processo
de Chegada – Apresenta um comportamento aleatório;
ü Distribuição
dos Tempos de Serviço – São variáveis aleatórias independentes e identicamente
distribuídas (IID);
ü Número
de Servidores – Número de posições de atendimento disponíveis no sistema;
ü Capacidade
do Sistema – Número máximo de clientes que podem permanecer no sistema;
ü Tamanho
da População – Número potencial de clientes que podem chegar a um sistema;
ü Disciplina
de Serviço – A ordem na qual os clientes são atendidos. Os tipos de disciplina
de serviço mais conhecidos são:
FIFO (first in, first
out): primeiro a chegar é o primeiro a ser atendido;
LIFO (last in, first
out): último a chegar é o primeiro a ser atendido;
Aleatório: os
atendimentos são feitos sem qualquer preocupação com a ordem chegada;
Com Prioridade: os
atendimentos são feitos de acordo com prioridades estabelecidas.
Elementos de uma Fila
ü Cliente: É
todo o elemento que chega e requer atendimento. Os clientes podem ser: pessoas,
máquinas, peças, carros estacionados, cartas que chegam e devem ser entregues, etc.
ü Canal de atendimento: Processo
ou pessoa que realiza o atendimento do cliente. Para referir-se ao canal de
atendimento é bastante comum a utilização do termo atendente.
Tipos de Fila
Um
sistema de fila pode ser dividido em cinco estruturas básicas de acordo com o
seu plano de prestação de serviço.
ü Canal único, fase única: É o
tipo mais simples de estrutura da fila de espera, e há fórmulas diretas
disponíveis para solucionar o problema do comportamento-padrão da distribuição
de chegadas e dos serviços.
ü Canal único, fases múltiplas: Um
fator crítico no caso do canal único com séries de serviços é a quantidade de
itens permitidos à frente de cada serviço, o que, por sua vez, constitui filas
de espera separadas. Como exemplo, tem-se o sistema de lavagem de carros com uma
série de serviços realizada em uma sequência uniforme.
ü Canais múltiplos, fase única: A
dificuldade com esse formato consiste no fato de que os diferentes tempos de
serviço dedicados a cada cliente resultam em velocidade e fluxo desigual entre
as filas. Os caixas em um banco e os guichês nas lojas de departamentos são exemplos
desse tipo de estrutura.
ü Canais múltiplos, fases múltiplas: Este
caso é parecido com o anterior, porém difere-se ao fato de que dois ou mais
serviços são realizados em sequência. Como exemplo tem-se a admissão de
pacientes em um hospital, que segue este padrão, porque uma sequência
específica de etapas é, geralmente, completada. Pois se vários servidores estejam
disponíveis para o atendimento, poderá ser atendido mais de um paciente por
vez.
ü Misto: Nesse tópico, consideram-se
duas subcategorias: Estruturas múltiplas para
canais únicos, onde encontram-se as filas que se unem em uma única fila
para o serviço de fase única, quanto as filas que se juntam em uma para o
serviço de fases múltiplas. E Estruturas
de caminhos alternativos, onde encontram-se duas estruturas que diferem nas
exigências de fluxo direcional (MORAES; SILVA e REZENDE, 2011).
Modelo Markoviano - M/M/1
Os modelos que permitem um
estudo mais completo são os modelos denominados Markovianos, do tipo M/M/1, M/M/S
e suas variações.
De acordo com
Cuyabano e Jung (2009), uma fila M/M/1 é o modelo mais simples dentre os
existentes em teoria de filas, no entanto, é um dos modelos mais estudados.
Esse tipo de fila configura um processo de nascimento e morte, no qual as
chegadas em um intervalo de tempo (0, T] seguem um processo de Poisson com
taxa λ, e os tempos de
serviço, seguem uma distribuição exponencial de parâmetro μ, ou seja:
E as distribuições do tempo entre as chegadas e do tempo de serviço,
respectivamente:
O processo de uma fila pode
ser considerado também em dois estados: estado ocupado, quando o servidor
estiver continuamente em atendimento, e o estado vazio, quando não houver
clientes na fila.
Segundo Pereira (2009), o
modelo M/M/1 corresponde ao modelo básico onde o sistema e contém um só
servidor e a capacidade do sistema e da população são infinitas e a disciplina
é a mais comum, correspondendo a quem entra primeiro no sistema ser o primeiro
a ser atendido e a sair. Este pode ser representado também como M/M/1/∞/∞/F IF
O ou M/M/1/∞/∞/F CF S. Um exemplo deste modelo pode ser de uma loja com um
único balcão de atendimento.
A probabilidade de
chegar alguém e este, aguardar para ser servido é:
A probabilidade de não chegar ninguém e haver um serviço que foi
completado é:
Ou seja, {X (t)} é um
processo de vida e de morte com parâmetros λ e μ, respectivamente.
Sabendo que o número
médio de clientes no sistema (Ls) é, por definição, a média de todos
os estados possíveis do sistema ponderado pelas respectivas probabilidades de
ocorrência, temos que:
A Figura abaixo ilustra os elementos importantes para a análise de um
sistema de filas: população, processo de chegadas de clientes, organização da
fila, disciplina de atendimento e processo de atendimento de clientes.
Referências
CUYABANO, Beatriz
Castro Dias; JUNG, Karen Maria. Teoria de Filas. Disponível em: <file:///C:/Users/user/Documents/filas_final.pdf>
Acesso em: 26/04/2014.
MARINS, Fernando Augusto Silva. Introdução à Pesquisa Operacional. Cultura
Acadêmica. – São Paulo, 2011.
MORAES, Flávio Gomes
de; SILVA
Gecirlei
Francisco da; REZENDE; Tacyanne Assis. Introdução à Teoria das Filas. Disponível
em: <http://www.sbm.org.br/docs/coloquios/CO-2.06.pdf>
Acesso em: 26/04/2014.
PEREIRA, Cláudia
Rossana Velosa. Uma Introdução às Filas de Espera. Disponível em:
<http://digituma.uma.pt/bitstream/10400.13/48/1/MestradoCl%C3%A1udiaPereira.pdf>
Acesso em: 26/04/2014.
TEIXEIRA, Mário
Meireles. Introdução à Teoria das Filas. Disponível em: <www.ceset.unicamp.br/~marlih/ST565/intro-filas.pdf>
Acesso em: 26/04/2014.
Ficou bom!
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